O projeto reúne pesquisadores alinhados em torno das temáticas da participação política, das políticas públicas e de estudos que abordam o regime democrático. Nesse sentido, encontra-se articulado a uma iniciativa de colaboração interinstitucional entre seus participantes e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Araraquara) por meio do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Docentes: Rafael da Silva (responsável), Carla Cecília Rodrigues Almeida, Celene Tonella, Ednaldo Aparecido Ribeiro e Simone Pereira da Costa Dourado.
A proposta consiste em dar continuidade à trabalho anterior que analisou a efetividade dos conselhos municipais sobre a gestão da política de assistência social no Brasil. Para tanto, utilizamos dados do Censo Suas 2012, conduzido pelo então Ministério do Desenvolvimento Social, que cobriram93%dos municípios brasileiros e que nos serviram de matéria prima para a construção dos dois índices que ampararam a pesquisa: a) o Índice de Efetividade da Participação, que agregou num único valor indicadores do nível de institucionalização, da qualidade da deliberação e da qualidade da representação nos conselhos municipais; b) o Índice de Gestão Municipal, que agregou num único valor indicadores da estrutura administrativa e da gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios da política municipal. Este projeto visa aprimorar e ampliar esse estudo com (I) a incorporação do índice da política de assistência social, que mede a qualidade dos serviços oferecidos, (II) a inserção do elemento temporal à análise das variações nos índices, no intervalo de uma década, e (III) a incorporação de variáveis socioeconômicas e políticas dos Estados. Assim, com essa proposta, procuramos avançar na identificação das condições que afetam a efetividade dos conselhos gestores.
Docentes: Carla Cecília Rodrigues Almeida (responsável), Ednaldo Aparecido Ribeiro e Rafael da Silva.
Participante externo: Euzeneia Carlos do Nascimento.
Financiador: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Longevidade no Brasil: idosos e virtualidades
Diversos estudiosos do comportamento político, sobretudo os que se dedicam a análises sobre democracias consolidadas, têm identificado, nos últimos anos, uma mudança consistente nos padrões de participação política nos regimes ocidentais. A partir de distintas matrizes teóricas e empíricas, esses pesquisadores têm identificado um crescente desencanto com as instituições centrais dos regimes democráticos efetivamente existentes, tais como os partidos e os parlamentos, desencanto que tem se materializado nas quedas das taxas de filiação partidária, de sindicalização e até mesmo de comparecimento eleitoral. Em síntese, o descontentamento estaria gerando gradual e consistente afastamento dos cidadãos dessa dimensão institucionalizada da vida política democrática. Em paralelo a essa constatação, esses mesmos pesquisadores identificam a emergência e a proliferação de novas formas de envolvimento ou engajamento político, com destaque para as formas associativas e as várias modalidades de protesto, tais como manifestações, boicotes e ocupações, além de modalidades institucionais, como (em especial no Brasil) os Conselhos, Orçamentos Participativos, e as Conferências. Esses dois fenômenos - o refluxo da participação ?convencional? e o crescimento das ?novas formas de participação? - são entendidos como fenômenos complementares que alguns têm associado ao desenvolvimento de um padrão de cidadania crítica em escala mundial. A presente pesquisa se propõe a uma investigação longitudinal que, focalizando um amplo leque de modalidades de participação, pretende identificar as mudanças e alterações nos padrões de participação política entre os brasileiros.